A previsão é das piores para o aumento das ações na Justiça do Trabalho

••• ARTIGO
Acácio Júnior
, advogado empresarial

As relações do trabalho em nosso país podem sofrer ainda mais perdas quando falamos em ações já em andamento na Justiça do Trabalho e a consequente avalanche de novos casos puxados pela terceirização. Levantamento recente da companhia de softwares de soluções jurídicas Projuris mostra o cenário atual: três milhões de ações abertas para 38,4 milhões de carteiras assinadas no País. Isso é um solavanco na casa de 8%.

Enquanto a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não for revista e adequada definitivamente aos tempos atuais as empresas e também empregados irão padecer em meio a um padrão de relacionamento e leis criadas em 1943. Estou falando de 74 anos. De lá para cá muita coisa mudou e é urgente a manutenção da nossa legislação trabalhista.

Segundo o jornal DCI, para o executivo Cristiano Silva, da Projuris, a complexidade da legislação trabalhista brasileira torna o País um dos que mais judicializa as relações de trabalho. E isso, segundo ele, é um péssimo negócio para os empresários. “É gasto muito dinheiro para administrar processo trabalhista. Temos um cliente – que preferiu não ser identificado – que gasta R$ 120 mil por mês com contadores para fazer cálculos para saber quanto é devido nas reclamações dos empregados. É um dinheiro que praticamente vai para o lixo no sentido de retorno operacional”, afirma Cristiano Silva.

Acompanho o setor jurídico de dezenas de empresas há mais de 20 anos e como assessor para esta área delicada das empresas concordo com a afirmação do diretor comercial da Projuris. De fato muitas empresas arcam com custos altíssimos por conta de ações na Justiça.

O DCI aponta que o setor de call center, por exemplo, respondeu por 21% das reclamações em 2016, dentro de um universo de 10 setores e 613 empresas analisadas pela ProJuris. Em seguida ficaram as empresas de segurança privada, com 19% dos processos e as companhias que fazem transporte de cargas, com 15% das ações. Ao todo, as empresas pesquisadas sofreram perto de 900 mil ações apenas no ano passado.

Poderíamos estar em uma realidade totalmente diferente para o empresário, mas até que a Reforma Trabalhista seja concluída da melhor forma possível seremos obrigados a torcer para que medidas como a liberação da terceirização não abram mais brechas para novos processos contra as empresas contratantes dos serviços terceirizados.

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