Empresa pode barrar promoção de empregados no regime remoto?

Uma indústria do setor de tecnologia se envolveu em uma polêmica em torno do atual regime de trabalho nas últimas semanas. Segundo publicações do portal Business Insider, alguns empregados da empresa alegaram que os critérios de promoção estariam atrelados à presença da equipe na empresa, o que prejudicaria os empregados em regime remoto. 

Além disso, o cenário teria como objetivo estimular demissões e forçar a adaptação ao novo modelo de trabalho. Na prática, os empregados afirmam que ocorre o seguinte: os empregados que optarem por continuar no formato remoto total não vão poder disputar promoções e obter avanços de carreira na empresa.

Outras empresas de tecnologia têm abandonado o modelo remoto após a pandemia de covid-19.

Diante da possibilidade de mudança no regime de trabalho, o professor Paulo Renato Fernandes da Silva, da Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, explica que a decisão pode ser tomada de forma unilateral pelo empregador. Contudo, a questão precisa ser avaliada a depender do contrato firmado entre as partes.

“Isso é algo novo para todo mundo. O regime normal é o presencial. Então, se você quer praticar o regime telepresencial, isso seria meio que uma experiência no nosso sistema. Isso pode ser feito para os atuais empregados, mas isso deve ser acordado entre as partes”, afirma.

O especialista avalia que a adoção do modelo remoto foi necessária para o ecossistema das empresas devido às medidas de segurança durante a pandemia. Após esse período, ele acrescenta, é natural que as empresas desejem retornar ao regime presencial.

Quanto aos avanços na carreira dos empregados relacionados à escolha do regime, o professor pontua que a legislação admite que a empresa estabeleça os critérios adotados nesse processo. 

“A empresa pode criar esses critérios. Eu entendo que ela pode criar uma política que valorize as pessoas que estão presentes. E há a possibilidade também de trabalho híbrido. Nesse caso, não há só um regime e isso tem que ser negociado”, acrescenta.

Fonte: Portal Terra

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