Fraude a planos de saúde chega ao Poder Judiciário
Os planos de saúde viram nos últimos dois anos disparar um novo tipo de fraude: o “reembolso sem desembolso”. No esquema, clínicas se apropriam de dados dos segurados para pedir ressarcimento de serviços em valores exorbitantes, causando prejuízos em alguns casos milionários.
A Federação Nacional da Saúde Suplementar (FenaSaúde) contabiliza um aumento de dez vezes no número de queixas-crime e ações cíveis oferecidas por seguradoras contra fraudes nos últimos quatro anos. O número tem praticamente dobrado ano a ano. Em 2023, foram contabilizadas mais de duas mil ações.
Estudo da Associação Brasileira dos Planos de Saúde (Abramge) chegou ao valor de R$ 7,4 bilhões em fraudes em reembolsos nos últimos três anos. Em um outro, realizado pela consultoria EY em parceria com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o valor seria de até R$ 34 bilhões com fraudes e desperdícios só em 2022 – equivalentes a 12,7%
Alguns golpes são aplicados por quadrilhas organizadas de forma complexa e podem atingir valores elevados. Uma das denúncias realizadas pela FenaSaúde resultou na “Operação Esculápio”, lançada pela Polícia Civil de São Paulo em 2023 para investigar uma empresa de eventos que realizou 2,3 mil pedidos de reembolso de procedimentos para seus funcionários a sete operadoras, totalizando notas fiscais de R$ 5,4 milhões.