Imposto de herança mais caro pode incentivar uso do seguro no planejamento sucessório?
A Reforma Tributária, cujo projeto foi aprovado em julho pela Câmara dos Deputados, e aguarda votação do Senado, deve gerar impacto também no imposto sobre herança, com a expectativa de aumento da tributação.
O texto com perspectiva de ser votado pelos senadores até o próximo mês prevê, entre outros pontos, a alteração no Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que é o tributo incidente sobre heranças, além das doações ou outras operações que não envolvam compra e venda.
A principal alteração é a incidência progressiva do imposto – quer dizer, quanto maior a doação ou herança, mais alta a alíquota, sendo limitado atualmente ao percentual de 8%. O imposto é estadual e o valor cobrado pode variar. Muitos estados ainda não a utilizam. Em alguns, como São Paulo, por exemplo, há uma alíquota única de 4%. E nos últimos anos, algumas unidades federativas vêm aumentando a carga tributária até o teto permitido.
Uma das formas de facilitar o repasse de recursos financeiros para os herdeiros, reduzindo burocracia e custos com o pagamento de impostos como o ITCMD é por meio da aquisição de seguros de vida e/ou planos de previdência privada.
De acordo com Diogo Calixto, superintendente de Negócios da MAG Seguros, uma vez que a Reforma Tributária vai extinguir o ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação), um imposto estadual, para a criação da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços – que será federal), os estados brasileiros procurarão novas fontes de arrecadação.
Uma das possibilidades que os entes federativos poderão explorar mais é justamente o ITCMD. “Apesar de ser uma arrecadação estadual, vamos dizer assim, o que legitima o teto [da alíquota cobrada] está dentro da esfera federal. Então há uma discussão já há bastante tempo em relação à necessidade de se aumentar esse teto no país, que hoje é de 8%”, pontua o superintendente.
“Se eu tenho uma alíquota hoje que vai até 8%, eu tenho x patrimônio e supondo que a gente está dentro de um estado que neste momento cobra 8% para isso, e a partir de um determinado momento isso passa a ser 16%, que é o que se especula, a gente tá falando do dobro, a passagem de bastão minimamente dobrou de preço. Para aqueles que já se prepararam para isso com uma base de cálculo de 8%, vão ter a necessidade de revisitar os seus planejamentos a fim de ter valores que comportem exatamente a necessidade já dentro de uma nova esfera de tributo”, acrescenta Calixto.
Segundo ele, a seguradora já vem abordando o assunto com os consultores parceiros e clientes para estarem preparados quando essa perspectiva se concretizar.
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