Sucessão familiar mal planejada pode comprometer a continuidade de empresas

A falta de planejamento na sucessão familiar pode representar o ponto final para muitas empresas, especialmente as de médio porte, que frequentemente conduzem esse processo sem apoio externo. A transição de liderança exige atenção redobrada para evitar que pessoas despreparadas assumam posições estratégicas e decisórias.

A sucessão deve ser encarada como um processo contínuo, e não como um evento pontual. Não se trata de profissionalizar a empresa. O foco está no aprimoramento do negócio, com a preparação do herdeiro ou sucessor por meio de capacitação, formação técnica e vivência prática no ambiente empresarial da família. Essa vivência é considerada indispensável para o sucesso, pois é necessário compreender tanto os fundamentos gerais de gestão quanto as especificidades do negócio familiar.

A comunicação entre gerações também desempenha papel crucial. A falta de clareza pode gerar mal-entendidos: enquanto o fundador acredita estar promovendo a continuidade do negócio, os sucessores podem interpretar que nada mudará. Por outro lado, o fundador pode sentir que seus filhos ainda não estão prontos e que sua liderança está sendo questionada.

Dados globais da PwC, de 2021, reforçam a complexidade do tema: apenas 36% das empresas familiares chegam à segunda geração, 19% à terceira e 7% à quarta.