Semana de quatro dias de trabalho passa a ser assunto perene nas empresas

A semana de apenas quatro dias de trabalho e três de descanso é uma ideia que vem ganhando cada vez mais força no mundo. Países como Japão, Holanda, Islândia e Emirados Árabes Unidos já adotam o modelo de 32 horas semanais.

Caminho para empresas que recorrer à negociação com seus empregados. É importante destacar que, desde a Reforma Trabalhista em 2017, a legislação trabalhista deu maior poder à negociação coletiva.

Uma pesquisa feita pela empresa norte-americana de serviços financeiros Jeffrey aponta que, desde novembro de 2021, cerca de 32% dos jovens de 22 a 25 anos que pediram demissão de seus empregos permaneceriam caso as empresas oferecessem uma semana de trabalho de quatro dias.

No Brasil, apesar de ainda estar engatinhando, a ideia já está sendo levada a sério em algumas empresas. Companhias que instituíram a nova jornada veem melhorias de eficiência, bem-estar dos trabalhadores, retenção de talentos e até aumento de receitas. Por ora, a mudança tem sido adotada mais pelas companhias de tecnologia, como Crawly, NovaHaus, Winnin, AAA Inovação, Gerencianet e Eva.

Hoje, pela Constituição Federal, um trabalhador não pode ter mais de 44 horas semanais de carga horária de trabalho semanal. Mas não há tempo mínimo. A reforma trabalhista, aprovada em 2017, permite uma jornada parcial de 30 horas semanais.

Mas o modelo, que reduz a carga horária de cinco para quatro dias sem alteração de salário, exige um planejamento prévio com atenção à legislação trabalhista e à cultura organizacional. Além disso, para ter êxito em termos de gestão de pessoas e negócios, é necessário revisar metas e tarefas diárias e mensurar com frequência os resultados.

No Brasil, 61% dos empregados brasileiros consideram mudar de emprego em caso de problemas de saúde mental e 74% acreditam que seriam mais produtivos em uma semana de quatro dias.

Dados da plataforma de recrutamento Indeed, obtidos com exclusividade pelo Estadão, indicam ainda que 79% concordam em aumentar as horas diárias de trabalho para ter uma semana mais curta, e a maioria está disposta a apoiar a empresa na implementação do novo modelo (84%). De acordo com a pesquisa, a redução da carga também melhoraria a saúde mental (85%) e o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal (86%). 

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